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17.12.07

 
Momento Caras no 16º Salão Carioca de Humor: Miele, Lan, Crist, Paulo e Chico Caruso, Ykenga, Ziraldo, Angeli, Loredano, Santiago, Guazelli e eu. Ah! Estes cartunistas... Só gente bonita e da melhor qualidade.

9.12.07

 

Professor de sétima série molesta ideologicamente seus alunos!

O professor Paulo Lívio, do colégio São Bento (RJ), tentou ensinar o básico do capitalismo X marxismo promovendo a análise de um livro de charges intitulado "Capitalismo para iniciantes" (Carlos Eduardo Novaes). Tal atitude gerou o protesto de pais de alunos e acabou virando matéria da revista Veja, que posicionou-se de forma contundente sobre o assunto. Nesta revista, Ronaldo Soares arremata seu texto dizendo que "a omissão dos pais poderá gerar uma perfeita legião de idiotas latino-americanos". Ele está equivocado. Não só a omissão dos pais para com seus filhos, mas também a omissão absoluta do sistema de ensino é que pode gerar (e está gerando) perfeitos idiotas latino-americanos.
Digo isso pois a pior faceta do "molestamento ideológico" é a privação de informação que forma cidadãos sem capacidade de análise para interpretar sequer um parágrafo. (O Brasil é o terceiro pior país do planeta em se tratando de ensino. Cerca de 80% dos nossos jovens não conseguem interpretar lucidamente um parágrafo).
Acredito que produz-se mais um idiota latino-americano quando julgam uma criança de 15 anos sem capacidade de discernimento para ser politizada. Nasce mais um idiota quando vetam-se aulas que tratam de análise política, por exemplo. Pais e escolas que preferem que seus filhos e alunos não leiam ou que não tenham contato com certas informações, acham que estão protegendo-os da imbecilização, quando na verdade, estão promovendo exatamente isto... E pior, estão retrocedendo a uma época de ditadura, de censura.
Não coloco em questão a qualidade do livro de humor gráfico que este professor utilizou. São charges produzidas na década de oitenta, com teor crítico embasado num ponto de vista peculiar e retrógrado sobre o capitalismo. Mas vale lembrar que charges expressam a opinião de um tema em voga. Charges são temporais, o que as tornam voláteis e muitas vezes retrógradas já no dia seguinte de sua publicação. Mesmo assim, sempre serão a representação de um momento histórico a partir de quando são criadas. Se interpretadas desta maneira em sala de aula, só somarão à bagagem cultural dos alunos.
Em 1999, coordenei a Bienal de Humor Gráfico do Mercosul. Cartunistas renomados como Ziraldo, Paulo Caruso, Lan, Borjalo, Quino e muitos outros estavam participando desta exposição de cartuns itinerante. Fui até uma grande rede de ensino particular pedir patrocínio para levar a exposição até Curitiba, esperando uma resposta Positiva. Surpreendentemente (ou não) o diretor de marketing desta rede de ensino disse-me que não poderia patrocinar tal exposição porque "o nome da tal empresa não poderia ser vinculado a uma arte tããããão SUBVERSIVA, que é a charge. Isso influenciaria de forma maléfica a educação dos nossos alunos." disse ele. O que este manipulador de informação a serviço da perpetuação da ignorância intitulou de "subersivo" era o registro gráfico da nossa história política. Subversivo para aquele diretor de colégio é o retrato da nossa sociedade, ou seja, a verdade que ele se recusou a apresentar aos seus alunos mentalmente imaculados (eu diria debilitados).
Além da discriminação do uso didático das charges, preocupa-me muito mais a censura velada, travestida de "politicamente correto" vigente neste país. País de mierda, aliás, cujo presidente dá o péssimo exemplo: gaba-se de ser uma "metarmorforse ambulante", ou seja, orgulha-se de não ter opinião formada sobre porra alguma, tal qual o rebanho acéfalo que está convenientemente gerando para o futuro da nação. Estufa o peito quando diz que não tem escolaridade, e mesmo assim, "si deu bein". Cultuemos a estupidez!
Bem, enquanto não houver o despertar para um ensino analítico estaremos fadados a criar marionetes a serviço do néscio da vez no comando do país, do sistema, do papa ou do diabo a quatro.
Nossas crianças sequer interpretam um parágrafo, quem dirá interpretar sua própria história? Até quando viveremos nesta era do apagão do conhecimento... Hein? Idiotas latino-americanos?! Até quando seremos espectadores contentes com pão e circo em que nós somos os palhaços?

Postado por Pryscila Vieira, diretamente de sua edícula ridícula.
pryvieira@yahoo.com.br

6.12.07

 

Histórias que nossas babás não contavam

Lá pelo inicio da década de... (deixa para lá) meu pai partiu a machadadas seu porco de barro para comprar um vídeo-cassete. Feliz da vida dirigi-me a uma locadora para pegar meu primeiro VHS. E primeiro VHS é como o primeiro sutiã: você nunca esquece. Minha única exigência era que o filme não fosse legendado pois eu nem era completamente alfabetizada ainda. Por conta disso, não desembaralhei o amontoado de letras da sinopse do filme que loquei na intenção de assistir a um desenho animado, visto que a capa era um belo desenho... E bem animado. Resultado: meu primeiro VHS foi "Histórias que nossas babás não contavam", uma pornochanchada de 1979 em que Branca de Neve foi interpretada por uma das ex-mulatas de Sargentelli, a bela Adele Fátima. O príncipe encantado era ninguém menos do que o Costinha. Os sete anões eram... Os sete anões mesmo. Hoje, sei ler um pouquinho melhor, e descobri que a sinopse do "Histórias que nossas babás não contavam" dizia o seguinte: "Sátira do conto de Branca de Neve, em que os sete anões mostram ao príncipe encantado que tamanho não é documento."
Assisti ao filme na companhia de minha irmã, um ano mais "velha". Enquanto isso, mamãe passava roupa, impressionada com o préstimo do novo eletrodoméstico. "As crianças ficam quietinhas!" pensava ela. Pudera... Até o Taz ficaria imóvel assistindo a uma fogosa Branca de Neve, sete anões afoitos e alguns banquinhos cambaleantes. "Naquela época" em que uma criança podia locar filme pornô e a turma do Balão Mágico era aplaudida por atirar de trezoitão de plástico, eu comprava wiskey e cigarro para meu pai. E para que eu não passasse vontade, papai comprava um guaraná, para que parecesse meu whiskey e uma caixa de cigarrinhos de chocolate da Pan.
O mundo era politicamente incorreto, sim... Mas era divertido! Super fantástico... Ah! O Balão Mágico!
* Antes que algum desocupado que se diga politicamente correto venha reivindicar meu maior cuidado com as palavras, vou logo avisando:
- Hoje eu não fumo e não bebo (muito) como vocês devem estar pensando.
- Não sou praticante de orgias sexuais com anões indefesos por influência de Adele Fátima. Não precisa prender a moça.
- E não. Não acho que na "época dos militar" a situação era melhor... Antes que coloquem palavras na minha boca.
Postado por Pryscila Vieira, diretamente do Niu Iórqui Táimes.
pryvieira@yahoo.com.br

2.12.07

 

 

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