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27.4.07

 
Na maioria das espécies do reino animal, são os machos que se empenham em chamar a atenção das fêmeas com um visual exuberante. Basta observar o pavão, o leão e o trypanossoma cruzi. Eles que têm atrativos físicos para estimular o prazer visual de suas fêmeas e empenham-se em conquistá-las exibindo tais dotes. Porque cargas d´água a humanidade é diferente do mundo animal? As mulheres é que mantém um visual atrativo para os homens enquanto eles ligam picas para chamar atenção delas com atributos físicos. Para explicar o fenômeno, a UCTOP (Universidade Universal de Ciência e Tecnologia de Ouvidor Pardinho) desenvolveu a seguinte tese: Os homens tiveram de se convencer que são socialmente dispensáveis devido ao apoderamento da mulher sobre todas as áreas doravante de domínio masculino e sentiram-se inúteis diante da perda do papel de provedor. Logo, desistiram de perpetuar o próprio fracasso. Como forma de defesa em prol da desistência, foram se desprovendo de beleza estética exatamente para que nenhuma fêmea os desejasse. Deste modo não reproduziriam sua inutilidade em progressão aritmética nas gerações vindouras. Só que a "evolução" não desconectou a mulher de sua complacência e de sua crença de construir um mundo melhor a partir da educação primorosa que acredita que pode fornecer a sua prole. Para tal proeza, querem conquistar um macho a todo custo. E isto significa usar muito silicone, batom e chapinha.

Tivemos padrões de beleza femininos bem definidos em todos os períodos da história e de um quase impronunciado padrão de beleza masculino. As mulheres não são lá muito exigentes tanto quanto o homem é no que diz respeito ao visual do amante. Tanto é que são abundantes as publicações de “fêmeas ideais” desnudas onde apresentam o que é perfeito para o homem dizendo “você tem que ter uma mulher assim (gostosa)” e o que é perfeito para a mulher dizendo “tente ser assim para ser aceita”. Resumindo: poucas mulheres tornam-se atraentes comparadas ao padrão quase inatingível de beleza enquanto quase todos os homens podem ser considerados atraentes de alguma maneira sejam eles banguelas, acéfalos, peludos ou sarnentos.
Outra evidência do quanto é cruel a cobrança para com as mulheres é o fato da existência de inúmeras nomenclaturas para designar a feiúra feminina. Basta estar alguns miligramas acima ou ter celulite na retina para ser taxada de baranga, cangu, bagulho, metralha, diaba, bruxa, pudim metralhado, tribufu, etc. Agora pense no masculino de tais designações... Simplesmente não existe o “barango” ou o “tribufu macho”. É isso: homens feios sequer existem no dicionário.

Um homem considerado fora de um padrão de beleza tem maior facilidade de encontrar uma parceira do que uma mulher fora de tal padrão. E isso não tem nada a ver com o quanto ele carrega na carteira no momento. Ele encontra parceiras mais facilmente pois além da mulher estar disposta a perpetuar a espécie ainda é dotada de muita compaixão e criatividade. Pensem num homem fora do padrão de beleza: Desdentado, pançudo, maneta, acnéico, com olho de vidro e corcunda. Diante deste "ser" a compaixão feminina é ativada, pois ele emana necessidade de cuidados que vai de encontro ao instinto maternal. Já a criatividade da mulher é fundamental em casos do gênero para imaginar como aquele "ser" ficaria comestível de banho tomado, dentes escovados, alguns membros transplantados e lipoaspirado.

O homem é objetivo e seletivo na escolha de suas parceiras, embora use tanto quanto a mulher sua criatividade. Quando está diante de uma fêmea com características do "ser" descrito acima (desdentada, pançuda, maneta, acnéica, com olho de vidro e corcunda) o homem pensa objetivamente "baranga - mim não come" e elimina de uma vez por todas as possibilidades de relacionamento afetivo. Já sabemos que diante de seu sentimento de fracasso como macho, ele não se dispõe a perpetuar a própria inutilidade. Mas se tiver que o fazer, que seja com uma fêmea muuuuuuuuito atraente, caso não esteja bêbado. Já a criatividade do homem está atrelada a sua poderosa visão de futuro, que os obriga a imaginar aquela mulher depois de 10 anos de casamento: quanto mais próxima de um padrão de beleza vigente a fêmea estiver atualmente, em melhor estado de conservação ela poderá se encontrar daqui uns 20 anos (obs.: pensar em longos relacionamentos não é uma característica básica do sexo masculino). Então, o homem imagina aquela mulher de banho tomado, dentes escovados, membros transplantados e lipoaspirada... Só que daqui a uns 20 anos! Para tal análise não raramente observam suas sogras de biquíni.

Bem, eu não concordo com padrões estéticos mesmo porque estou longe deles, embora me flagre almejando-os, temerosa pela objetividade dos homens. Não gostaria de ler nas entrelinhas dum pé na bunda "baranga – mim não come". Por esta e por outras freqüento academia, salão de beleza e consultórios estéticos de toda ordem. Mas nada me faria tão feliz quanto um simples creminho de Photoshop para passar em movimentos circulares ascendentes no corpo todo para resolver instantaneamente meus problemas com rugas, pneuzinhos, celulite, caspa, seborréia, escabiose e todas as conseqüências da gravidade sobre meu corpo.
Se eu adotei um homem fora de padrão? Bem, confesso que exercito minha compaixão e criatividade com meu parceiro que tem um olho de vidro (com o qual fazemos campeonato de bola de gude), é corcundinha (brinco nela de pista de hot-weels com meus sobrinhos), maneta (mas sou o braço direito dele!), hidrocefálico (damos banho semanalmente nos sete pastores alemães com a água drenada). Também o mando para o dentista, banho e tosa regularmente. Na pancinha não ouso mexer. É intocável a imaculada pancinha apaixonante de um homem fora do padrão.


9.4.07

 

O homem que brinca de boneca

Depois de Fernando Bottero que eternizou as formas abundantes da mulher em sua obra, surge o trabalho do artista Spencer Davis para acabar de vez com a anorexia na (toy) arte. Ele nasceu em Los Angeles em 1972. Formou-se em Artes e em Desenho Industrial e direcionou sua carreira para um caminho que eu mesma adoraria seguir: a indústria de brinquedos! Sua influência neste meio inclui jogos para a Lego, bonecos do Star Wars, Conam o Bárbaro e Barbie, criações para revistas como a Vogue e Frank Kozik and Black Tail, além de trabalhos para a National Geographic, Otomo Katsuhiro, Frank Frazetta e Robert Williams.
Experiente na criação de bonecos, criou em 1998 as "Booty Babe", voluptosas bonecas de curvas acentuadas, com 30 centímetros de altura. Coincidência ou não a namorada de Spencer, a Lili, é dona de um shape que lembra muito a Booty Babe, como pode-se conferir na foto abaixo.
Spencer Davis criou um chassi único da boneca e a partir deste modelo básico finalizado em resina, ele cria sempre novos visuais o que confere o caráter único a cada Booty Babe.
A Booty Babe mais baratinha é a "Chocolate", que custa mil dólares. Na maioria das vezes em que cria uma boneca, Spencer Davis inspira-se em divas reais. Chocolate é o apelido de Tracy Brown que ele próprio conheceu no Spearmint Rhino Gentleman's Club (CA). Reza a lenda que Chocolate cobrava 1.400 dólares, na condição de fazer "apenas o que gostava". O intuito era angariar fundos para custear seus estudos. Hoje Chocolate cursa medicina na UCLA.
Já a mais cara da lista é a "Kiss the Cook - Franken Babe". Ela vem com cadeira elétrica e gato preto, o que justifica o preço: 1.700 dólares. A Booty Babe faz muito sucesso no mundo erótico. Abaixo, pose da atriz pornô Belladona e sua Booty Babe preferida.
Também pode-se notar que Spencer Davis é bem relacionado com suas musas no meio artístico, o que é fundamental para o bom desenvolvimento do trabalho de todo artista.

7.4.07

 

MANARIANAS


Milo Manara é um dos meus ídolos do traço. Quem não gostaria de ser uma das “mulheres de Manara" no bom sentido? O mestre da arte erótica nasceu em 1945 na cidadezinha italiana de Luson. Por ironia do destino começou a fazer HQs de cunho sexual no ano de 69 quando publicou a saga "Jolanda de Almaviva" sobre uma insinuante pirata cobiçosa por prazeres carnais. Mas foi em 82 que ele mudou o conceito de pornografia no planeta com a publicação de "O Clic" (transformado em filme) que para resumir mal e porcamente, apresenta uma recatada socialite transformando-se numa ninfomaníaca quando tem um chip regulável instalado no cérebro.

Pode-se dizer que por grande influência de Milo Manara é que não apenas os quadrinhos de temática sexual mas todo o universo das HQs foi revitalizado e coroado sob o conceito de arte.

Superficialmente pode-se considerar que sua obra é pornográfica. Mas analisando com maior cautela percebe-se que há um equilíbrio sedutor da cafajestagem e do cavalheirismo. Manara faz um shake de sexo e erotismo com extremo bom gosto, elevando a pornografia ao pedestal da obra de arte. Tanto é que o público dos quadrinhos eróticos passou a ser formado não apenas por homens, mas também por mulheres (mais exigentes quanto à pornografia) pois o autor não atribui vulgaridade ao papel feminino em suas histórias, logo, não agride ao ponto de interromper a leitura. Para a mulher, desperta questionamentos: o que é moral ou imoral? Até onde vai o direito feminino de ter prazer e de como alcançá-lo? Porque deve se manter pregada à cruz da moral religiosa e conter seus desejos?

Embora as ávidas “Manarianas” estejam sempre disponíveis para o sexo, não estão apenas submetidas à vontade masculina, mas à mercê da própria libido. Despertam para o prazer em situações cotidianas ou fantásticas. São elas as senhoras de suas vontades. Sem medo ou pudor conduzem os espetáculos libidinosos e fascinantes que Manara desenha. O resultado: uma revolução que incita a liberdade feminina à exploração de sua sexualidade. Marquês de Sade dizia que os homens não foram criados para os grandes prazeres do sexo, pois a maioria torna-se "inútil" para o ato no momento em que ejacula. Já as mulheres deveriam se entregar aos prazeres carnais o tempo todo, visto que elas não têm este "prazo de validade" implícito. Para Manara e para Sade, a mulher é o ser sexual que tem o "poder dos phoderes".

Lançamento no Brasil:
No dia 10, às 23h, a Fox estréia um desenho animado produzido na Argentina chamado City Hunters, parceria do canal com o marca de desodorantes Axe, da Unilever. Anunciam que as mulheres da série são inspiradas no trabalho de Milo Manara. Sinceramente, assisti a alguns trechos na internet e não achei que possa se dizer que é inspirado no trabalho de Manara. Passa loooooooonge da beleza do traço do mestre. É mais inspirado na obra em geral, talvez no que remete ao erotismo, do que no visual em específico.
Reza a sinopse: City Hunters narra a história de Axel, um jovem que foi abandonado por sua noiva, e do Dr. Lynch, um conquistador, mestre em criação de fragrâncias masculinas. Lynch é membro e atual guardião da Maçonaria X, uma sociedade ultra-secreta que se dedica a investigar as mulheres e tudo que for relacionado com o mundo da sedução. Lynch conhece Axel e percebe que talvez seja ele o indicado para se transmitir os segredos da Maçonaria X para a próxima geração. Para isso, Axel deverá mostrar-se um homem capaz de conquistar todas as mulheres que existem no planeta.


Bem, pelo jeito o desenrolar da historinha já está definido: Axel descobrirá que sovacão fedido espanta o mulherio para a "Cidade das Mulheres que Jeremias Perdeu" (lembram da campanha 2005 da AXE?). Então usará "AXE odor feromônio humano" e conquistará todas as mulheres com congestionamento nasal do planeta.
Aguardemos a série.

www.milomanara.com

pryvieira@yahoo.com.br


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